MARQUISE DESABA. POR QUÊ? COMO PREVENIR?

A marquise é uma cobertura, aberta lateralmente, que se projeta para além da parede da construção, e tem como função proteger as pessoas na parte externa e também a construção, quanto à chuva e insolação e também pode ser utilizada como isolamento de risco de incêndio. Portanto, a marquise é um elemento construtivo com função importante.

Via de regra, pelo ponto de vista da composição estrutural, uma marquise pode ser uma laje diretamente engastada na edificação ou ser concebida por um sistema de laje apoiada em vigas engastadas, como observamos nas figuras a seguir.

Do ponto de vista estritamente técnico, marquises são estruturas cujo modelo mais se aproxima de estruturas isostáticas.  Ou seja, são estruturas que não têm apoios (vínculos) redundantes, como outras.

De forma geral, o concreto armado suporta deformações consideráveis a ponto de produzir fissuras visíveis antes de chegar ao colapso. Na linguagem popular uma estrutura de concreto armado “avisa antes de cair”.

Mas com a marquise isso não ocorre, pois ela tende a sofrer ruptura brusca, sem aviso e, por isso, precisa de maior atenção no seu projeto, na sua execução e na sua utilização. Além disso, um programa de manutenção preventiva é importantíssimo para qualquer estrutura de concreto armado e no caso das marquises, como vimos, muito mais.

Por ser uma estrutura em balanço, está sujeita a momentos negativos.

A corrosão das barras de engasgamento de uma marquise é um caso típico de corrosão sob tensão, tornando o processo de deterioração mais rápido que o convencional. O aço, sob tensão, fragiliza-se localmente na seção da fissura onde está corroído e acaba rompendo sem avisar. 

O sistema de impermeabilização deve impedir o acesso de umidade e outros agentes agressivos que corroem as armaduras, mas com o passar dos anos precisa ser refeito. 

A aplicação de cargas não previstas em projeto, sobre lajes de marquise, pode ser tanto um fator prejudicial a sua durabilidade como o próprio agente causador isolado do colapso da estrutura. Aumentar essa carga, sobre a marquise, seja pela colocação de equipamentos de refrigeração, seja pela instalação de painéis publicitários ou pelo lançamento de camadas sucessivas de impermeabilização, representa violar a hipótese de carga considerada no projeto original.

Com relação aos painéis publicitários é relevante frisar que o esforço do vento transmitido a marquise pode comprometer sua estabilidade.

O acumulo de água sobre a marquise também pode vir a produzir sobrecarga na mesma. Isso corre quando os sistemas de escoamento de águas pluviais estão subdimensionados ou estão falhos.

O escoramento isolado da ponta de uma marquise promove uma alteração no comportamento estrutural da peça que, neste caso, passaria a trabalhar como uma estrutura engastada em uma extremidade e apoiada na outra. Essa mudança de comportamento pode levar a mudanças consideráveis nos diagramas de esforços. Quando a marquise passa a ter uma extremidade apoiada surge no diagrama do momento fletor um momento positivo, situação que a armadura não está dimensionada para suportar. Então, as escoras sempre devem ser colocadas de dentro para fora e retiradas de fora para dentro, assim garantindo que a extremidade fique sempre em balanço.

Tanto a colocação como a retirada incorreta das escoras podem provocar o desabamento da marquise.

Para manter uma marquise em condições de segurança é necessário um plano de inspeção e avaliação periódica.